É curioso como esta cidade pertence àquele grupo restrito de lugares de que só se pode gostar. Qualquer opinião menos entusiasta levanta hordas de defensores prontos a reagir.
Mas, enfim, é o que sinto: ao mesmo tempo que gosto do Porto e me evoca memórias profundamente boas, também me causa alguma urticária e sou assaltado por imagens de momentos que preferia não ter vivido.
Focando, porém, nos aspectos positivos: é uma cidade muito fotogénica, com uma herança histórica invejável, um futuro promissor e, acima de tudo, com personalidade arrebatadora.
A invasão de turistas, tem criado grande pressão e provocado alterações sociais, tanto na cidade como nas suas gentes. Mas, ao mesmo tempo, tem beneficiado de significativos fluxos de capital que, por sua vez, têm contribuído para a melhoria das infraestruturas e da recuperação de edifícios.
A Ribeira, que nos anos 2000 ainda era uma zona suja, sombria e degradada, talvez tenha caído no extremo oposto e é hoje uma das zonas mais caras, o epicentro turístico, onde a certas horas, parece não caber nem mais uma pessoa.
Profundamente marcada pelas suas construções clássicas, com o granito na posição de rei e senhor, a cidade contrasta com mestria através de edifícios de arquitectura contemporânea, assinados por arquitectos premiados ao mais alto nível mundial.
Aqui, tradição e modernidade caminham lado a lado no mais mundano quotidiano.
Assim é o Porto.