Quando comecei a fotografar estes fungos, não conseguia entender o que me atraía a fazê-lo.
À falta de explicação, mantive o interesse e, nas palavras de Stephen King, as ideias que verdadeiramente fazem parte de nós não carecem que tomes notas para que delas não te esqueças. Pelo contrário, vão perseguir-te constantemente.
Apesar de este escritor norte-americano se referir a ideias para escrever um livro, também considero que a mesma lógica se aplica à fotografia.
Assim é, continuo à espera de compreender a razão desta atração e, entretanto, vou fotografando.
Como é normal, há vários detalhes nestes fungos que acho interessantíssimos:
– A forma como se agarram a estas árvores, como se fossem prateleiras, ao invés de crescerem rente ao solo, como acontece com a maioria dos outros fungos que conheço.
– A sua textura e dureza, que em tudo contradizem a noção prévia de que os fungos são moles ao tacto.
– E, por fim, as suas cores — umas vezes ocres, outras vezes castanho-esverdeadas — que se ligam perfeitamente à natureza onde surgem.
Sigo fotografando, nesta deriva que não sei onde me levará.